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terça-feira, 8 de maio de 2012

Tempo, uma estranha medida...


       Uma vez eu li que não devemos medir o tempo pela quantidade de vezes que respiramos, mas sim pelos momentos que nos tiram o fôlego. Esse tal de tempo é uma medida realmente um tanto quanto estranha, às vezes um minuto pode durar uma eternidade enquanto um ano passa num piscar de olhos.

       É assim que ando me sentindo. Não sei se o tempo está voando ou andando em marcha lenta. Não sei dizer se “já” tenho 25 anos ou se “ainda” tenho essa idade. Se já fiz muita coisa ou se tenho muito que fazer...
       Às vezes me pego tentando (em vão) medir tudo que já vivi, e me decepciono por não conseguir. Mas ao mesmo tempo eu fico feliz, pois é sinal de que tudo que eu já vivi (que às vezes parece tão pouco) foi intenso, bem aproveitado, vivido da melhor maneira que poderia ter sido.
       Vocês devem estar achando estranho essa minha conversa, devem estar se perguntando “o que será que essa doida bebeu?”. Mas não é nada disso. Semana passada eu completei um ano aqui neste país. Um ano desde que dei um beijo nos meus pais pela última vez, que abracei minha irmã, que vi meus amigos. Um ano desde que me despedi do meu país, da minha casa, em busca de um sonho.

       Resolvi reler alguns posts mais antigos, quando essa vida de aupair era ainda algo tão distante, tão fora da realidade. Depois achei melhor ler logo todo o blog desde o princípio, e nossa, como eu mudei.
       Eu mesma consigo notar a diferença da Mary que saiu do Brasil pra Mary que tá aqui agora escrevendo. Eu era infantil, imatura, sonhadora, ingênua, enfim, uma menina. Hoje amadureci, mas ainda tenho meu lado criança que eu acho que nunca me abandonará (nada é perfeito).
       Ainda tenho meus sonhos, mas hoje sei a diferença entre um sonho e uma vontade, entre o delírio e a realidade. Sonhar é bom, é de graça, eu sei. Mas não acho que devamos perder muito do nosso tempo, que é mais do que precioso, pensando em coisas que estão fora do nosso alcance e não tem a menor chance de virarem realidade. Sonhar é bom, mas fazer acontecer é melhor ainda!
       A ingenuidade se vai à medida que a decepção se aproxima. Infelizmente a gente tem que tomar uns tombos de vez em quando. Pois é, nem sempre a gente segue os conselhos e por achar que sabemos mais, metemos os pés pelas mãos. Mas isso faz parte, se decepcionar é bom. Sério mesmo, naquele primeiro momento você só pensa em morte (ou morre ou mata), mas passado o baque inicial você tira uma lição, independente do que for. E se for inteligente não vai cair na mesma armadilha de novo (Tá, às vezes a gente dá uma de tapada e faz a mesma cagada... Mas uma hora aprende!).       
       
       Outra coisa que reli e dei muita risada foram os posts sobre o que iria ou não sentir falta. Muita coisa eu realmente acertei, como a falta que a comida da minha mãe iria me fazer. Nossa, só de imaginar a lasagna dela, o escondidinho de carne seca, a torta de limão, o empadão de frango... CREDO! Quase morri afogada aqui agora, melhor parar.
       Também sinto falta dos feriados na chácara, onde ficávamos jogando buraco até as 3 da manhã, bebendo e brincando. Saudade do meu pais e dos 500 picolés que ele comprava e enchia o freezer no verão. Saudade da praga da minha irmã com o seu excelente bom humor às 6 da manhã me tirando do sério. Saudade das brigas, dos gritos, das ameaças de morte, das discussões históricas que no final viravam motivo de risada. SaudadesCoisas tão pequenas que eu nem notava na época, hoje me fazem uma falta tremenda.

       Não pensem que me arrependo, que só vivo de saudade. Infelizmente não podemos ter tudo, certo? E para compensar as coisas que me fazem falta, eu tenho muita coisa que me deixa feliz. Como as amizades que eu fiz, os lugares que conheci, as aventuras que vivi. 
       Pessoas maravilhosas entraram na minha vida, me ensinaram e também aprenderam (também sou cultura tá!). Umas já estão distantes, mas marcaram minha vida pra sempre. Além de amizades, criei uma família. Não de sangue, claro, mas de alma. Pessoas que Deus colocou na minha vida com um propósito e não há nada neste mundo que possa mudar isso.
       Lugares que até então eu apenas me permitia sonhar, hoje eu posso dizer que são bonitos de verdade. Situações que mesmo sendo chatas, eu posso dizer por mim mesma que são assim, não porque alguém me falou. Mancadas que cometi, micos que paguei, tombos que levei, apenas mais histórias pra contar.
       E para falar disso, nada melhor do que um vídeo (um pouco longo, eu sei) mas que consegue expressar um pouco melhor sobre esse meu ano do que as próprias palavras...


       Um beijo pra vocês que me acompanham desde o início, que torceram (ou não) por mim, que riram das minhas bobeiras, que choraram comigo, que comemoraram as minhas vitórias. E também pra vocês que acabaram de chegar de pára-quedas nesse blog e não sabem na furada que tão se metendo.
       Uma excelente semana!!!


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